quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O Velho Faiscante ( A Cadeira Elétrica)


Em 6 de agosto de 1890, ocorreu a primeira execução em uma cadeira elétrica, no estado de Nova York (EUA). Até aquela data, os condenados à morte eram enforcados. E a cadeira elétrica era considerada mais "humana".


William Kemmler, um americano de origem alemã, garantiu um lugar nos livros de história, não pelo fato de ter assassinado sua noiva e sim pela forma como morreu. No dia 6 de agosto de 1890, William, detento em uma prisão estadual do estado americano de Nova York, foi a primeira pessoa a ser executada em uma cadeira elétrica.
Aqueles que procuraram criar um método humano de execução estavam satisfeitos com a invenção da cadeira elétrica. Nos Estados Unidos, as duas descargas de cerca de 2 mil watts eram tidas como o meio mais adequado de colocar em prática a sentença de morte.
Passados 120 anos, as opiniões se dividem. Muitos consideram de tremendo mau gosto o apelido sarcástico difundido entre os carcerários para denominar a cadeira elétrica: "velho faiscante".
Este método "humano" e seguro de execução sofreu pane diversas vezes. Alguns condenados não morriam pelos choques elétricos, mas queimados vivos. Outros tiveram partes do corpo incendiadas quando o mecanismo de execução era acionado.
Nesses casos, as execuções tinham que ser interrompidas. E mesmo que tudo funcionasse corretamente, a visão clara das contrações musculares dos condenados à morte não deixava qualquer sombra de dúvida sobre quão "humano" é este método.
A freira Helen Prejeun revela que as execuções acontecem na calada da noite, dentro da penitenciária, sem grandes alardes. Helen é uma das mais conhecidas ativistas contra a condenação à morte. Seu relato baseado em fatos reais Dead Man Walking, foi levado às telas de cinema com o título em português Os últimos passos de um homem, com Susan Sarandon e Sean Penn nos papéis principais.
Segundo Helen, a pena de morte tem uma dimensão moral. Não é difícil enquadrar de forma jurídica casos em que os réus mereçam ser condenados à morte. O problema, garante, é saber quem merece ter a obrigação de matar o condenado.
De fato, muitos carcereiros americanos têm enormes dificuldades em cumprir o dever de executar um condenado. Não são poucos os funcionários que se consideram incapazes de levar adiante uma execução, principalmente quando surgem complicações.
Durante a execução do assassino Pedro Medina, na Flórida, saíram faíscas de sua cabeça. Após a descarga elétrica, um médico atestou que Medina ainda estava vivo. A potência foi aumentada até a morte do condenado. Durante a autópsia, foi constatado que Medina estava plenamente consciente quando foi executado.
Alguns favoráveis à pena de morte usam tais panes como exemplo para intimidar. O promotor público da Flórida mencionou diversas vezes o caso de Medina para coibir a criminalidade local.
Outros até favoráveis à pena de morte condenam a cadeira elétrica, não por pena ou consideração, mas por motivos legais. A Constituição americana proíbe a aplicação de penas atrozes. Para muitos advogados, o "velho faiscante" é um infrator da lei.

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